PESCARIA DE FINAL DE ANO

Nesta ultima investida de pesca surfcasting do ano, resolvi voltar ao ataque.
Depois de cerca de 10 pescarias seguidas, onde voltei sempre para casa de geleira vazia, entre investidas no sotavento algarvio e outras na costa vicentina, com alguns peixes de porte pequeno devolvidos ao mar e onde na maior parte das vezes nem sequer senti uma única picada. Um misto de frustação , com um despertar da realidade que demonstra bem que o mar e toda a vida marinha que nele abriga , está a sofrer medidas drásticas irreversíveis a mão do homem... Nesta jornada liguei ao amigo João Cunha, pescador bem experiente nestas andanças e companheiro de muitas pescas, e lá abalamos, depois da hora de almoço. No caminho trocamos ideias de qual seria o melhor pesqueiro para um dia que se apresentava com bastante sol, mas com ventos fortes que limitavam muita a escolha do pesqueiro para este dia . Decidimos ficar numa praia que ambos conhecemos bem , mas, para nos abrigarmos do vento tivemos de ficar numa área de praia mais limitada e que reduzia em muito uma possível mudança de estratégia. Depois de dois ou três lançamentos rapidamente percebemos que a escolha tinha sido a acertada. As iscadas vinham ratadas por peixes pequenos , que anunciavam a existência de atividade no pesqueiro. Depressa me aprumei em mudar de estratégia e preparei umas iscadas gourmet ,para ver se enganava algum peixe de maior porte que por ali aparecesse. Nesta dia de fraca maré e já com 4 horas de enchente, a fome já apertava e sentamos um bocado para jantar umas sandes feitas em casa. Sentados em frente as canas entre a conversa e o matar a fome, uma das minhas canas deu uma pancada para a frente que eu achei estranho, mas como não vi mais movimento nenhum durante alguns minutos, ainda bebi um cafézinho quente para recarregar as baterias. Finalmente lá me levantei e quando cheguei perto da cana , reparei que a linha estava toda para o lado. Rapidamente comecei a dar a manivela do carreto e senti logo um peso anormal, mas que não me dava a certeza de que seria um peixe, limo, ou se tinha agarrado a chumabada de uma das canas do João. Continuei a puxar sempre na dúvida, e sem afrouxar linha, foi nos ultimos trinta metros que senti o peixe a bater. Era um belo robalote já com 1.8kg que vinha embuchado e já cansado. Confesso que quando agarrei o peixe, fiquei bastante contente por acabar o ano libertando um rebanho de 10 chibos, que iriam ficar para tras no ano de 2018. O João Cunha também safou a pesca com vários peixes bons que lhe encheram o fundo da geleira que estava bem composta. Após mais 3 horas de pesca, resolvemos arrumar o material e rumar a casa para dar as boas vindas ao ano de 2019 e preparar futuras pescas. Resta-me desejar um bom ano novo para os Lobos da Ria e para todos os pescadores que tem respeito pelo mar, pela sua vida e pela natureza.

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